sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Aula de história: por que sempre foram prateados e nunca venceram?

Toda a vida dos impróprios lobos é uma luta. É sempre uma série de contratempos, conflitos, sempre com mais e mais esforços para superação e vitória. Mas no fim, na praia, é uma morte prateada. A glória, vestida de dourado, nunca deu as caras (nem outra cosia) para os nossos mascotes. Por quê? Por que os lobos sempre se deram mal?

Fazendo um estudo rigoroso, buscando os manuais e contos de fada mais antigos, descobrimos as origens do insucesso no finalmente. Abaixo um flagrante dos jogadores impróprios na Biblioteca:

Foi tirando a poeira dos livros que se descobriu a verdade. Segundo Abrúcio (2002): "as questões centrais para a reforma da imagem dos lobos, da modernização de sua reputação, podem ser sintetizadas em torno de quatro eixos estratégicos: eficiência, efetividade, transparência/accountability e profissionalização". Mas a tendência histórica é o contrário. Tony Ramos, o renomado lobisomem brasileiro mais estudioso e peludo , afirma que foi a mídia quem desconstruiu a fama de bons moços associada aos lobos e lobisomens. Destaca, por exemplo, o famoso caso do Lambisome, ficção idiossincrática, apresentada abaixo:





A história do Lambisome somou-se à falseada versão dos três porquinhos, bem descrita por DISNEY, Walt (1983). Tudo começou com Crispim. Crispim era um lobo já idoso, que havia, após uma juventude relutante de carnificina, dedicado-se ao vegetarianismo. Vivia em uma mata "pobre, mas limpinha" e era honesto. Seus maiores problemas eram causados por delinquentes daquela região, membros de uma boys band chamada "Chiqueiro". Eram os três porquinhos, que certa época, ignorados pelo público, aproveitaram-se da solidão de Crispim e deram-no uma surra, regada à água quente. Delinquentes juvenis! O coitado foi parar no hospital e de lá foi à Delegacia. Mas os porquinhos tinham contatos, manipularam a mídia, a opinião pública e lançaram a versão de serem inocentes, de terem sido atacados em suas casas pelo lobo-mau. Pura mentira! Mas ficou a fama.

Além disso, foi estabelecida a crença de que os impróprios lobos seriam sempre derrubados por balas de prata encantadas. A princesa Chapeuzinho, que foi capa da Playboy de 1822 (foto acima, ao lado), affair de D. Pedro I, o pegador, encomendou uma magia à bruxa do 71. Desde então, na presença da prata, os lobos perdem suas forças. Em determinados confrontos futebolísticos, vale lembrar, são ilegais os usos de armas de fogo, embora os punhos, pés e joelhos sejam liberados. Cientes da fraqueza dos impróprios, os organizadores sempre exibiram as medalhas e troféus prateados nas finais, fazendo os impróprios lembrarem da deliciosa Chapeuzinho e perecerem frente os adversários.

Mas o futuro será diferente! Foi encomendado, em janeiro de 2009, um serviço de Dona Chita. Ela tira encosto, desfaz feitiço, traz a pessoa amada em 2 dias, gerencia restaurantes e tudo isso a partir do seu escritório logo ali no centro de BH. Agora o IPM vai ser ouro!

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