Aula de história: por que sempre foram prateados e nunca venceram?

Toda a vida dos impróprios lobos é uma luta. É sempre uma série de contratempos, conflitos, sempre com mais e mais esforços para superação e vitória. Mas no fim, na praia, é uma morte prateada. A glória, vestida de dourado, nunca deu as caras (nem outra cosia) para os nossos mascotes. Por quê? Por que os lobos sempre se deram mal?

Fazendo um estudo rigoroso, buscando os manuais e contos de fada mais antigos, descobrimos as origens do insucesso no finalmente. Abaixo um flagrante dos jogadores impróprios na Biblioteca:

Foi tirando a poeira dos livros que se descobriu a verdade. Segundo Abrúcio (2002): "as questões centrais para a reforma da imagem dos lobos, da modernização de sua reputação, podem ser sintetizadas em torno de quatro eixos estratégicos: eficiência, efetividade, transparência/accountability e profissionalização". Mas a tendência histórica é o contrário. Tony Ramos, o renomado lobisomem brasileiro mais estudioso e peludo , afirma que foi a mídia quem desconstruiu a fama de bons moços associada aos lobos e lobisomens. Destaca, por exemplo, o famoso caso do Lambisome, ficção idiossincrática, apresentada abaixo:

A história do Lambisome somou-se à falseada versão dos três porquinhos, bem descrita por DISNEY, Walt (1983). Tudo começou com Crispim. Crispim era um lobo já idoso, que havia, após uma juventude relutante de carnificina, dedicado-se ao vegetarianismo. Vivia em uma mata "pobre, mas limpinha" e era honesto. Seus maiores problemas eram causados por delinquentes daquela região, membros de uma boys band chamada "Chiqueiro". Eram os três porquinhos, que certa época, ignorados pelo público, aproveitaram-se da solidão de Crispim e deram-no uma surra, regada à água quente. Delinquentes juvenis! O coitado foi parar no hospital e de lá foi à Delegacia. Mas os porquinhos tinham contatos, manipularam a mídia, a opinião pública e lançaram a versão de serem inocentes, de terem sido atacados em suas casas pelo lobo-mau. Pura mentira! Mas ficou a fama.

Além disso, foi estabelecida a crença de que os impróprios lobos seriam sempre derrubados por balas de prata encantadas. A princesa Chapeuzinho, que foi capa da Playboy de 1822 (foto acima, ao lado), affair de D. Pedro I, o pegador, encomendou uma magia à bruxa do 71. Desde então, na presença da prata, os lobos perdem suas forças. Em determinados confrontos futebolísticos, vale lembrar, são ilegais os usos de armas de fogo, embora os punhos, pés e joelhos sejam liberados. Cientes da fraqueza dos impróprios, os organizadores sempre exibiram as medalhas e troféus prateados nas finais, fazendo os impróprios lembrarem da deliciosa Chapeuzinho e perecerem frente os adversários.

Mas o futuro será diferente! Foi encomendado, em janeiro de 2009, um serviço de Dona Chita. Ela tira encosto, desfaz feitiço, traz a pessoa amada em 2 dias, gerencia restaurantes e tudo isso a partir do seu escritório logo ali no centro de BH. Agora o IPM vai ser ouro!

IPM tropeça, machuca, mas não cai

O Leão de Ismail tirou o couro do pobre Lobo... Abatidos, nossos atletas foram quase todos para o Departamento Médico, após confronto com um time rápido, rude e desleal.

O jogo não prometia ser fácil. Mas o IPM, que sempre joga com raça, buscou todo o tempo a vitória. Não a encontrou, mas saiu satisfeito da batalha, certo de que a guerra (sim, parecia uma campo de guerra) não chegou ao fim.

O primeiro tempo foi sofrido, porque nossas bolas insistiram em não entrar, enquanto o adversário dava sorte. Confusão na nossa área, bola para lá e para cá, Baca, oportunista, converte o primeiro gol Xxiita. Pouco tempo depois, Raphael chuta em Mauro, a bola volta para os pés do menino mourinho e ele emenda de primeira para o gol. Raphael não demoraria a receber a bola alta e, em chute cruzado, marcar o terceiro. 3 a zero. Tempo para o IPM. A conversa foi decisiva: marcação forte o tempo todo, rodízio em quadra, sacrifício para fechar os chutes adversários e ataque baseado no toque de bola. Funcionou: Melo, que entrou bem na partida, fechou o chute do goleiro xxiita e mandou para o gol. 3 a 1.

O primeiro tempo terminaria assim. Com muitas bolas desperdiçadas, chutes mascados de Djanis e uma defesa improvável do adversário: Melo, habilidoso feito só ele, foi parado, sozinho, pelo goleiro adversário.

No segundo tempo muita disposição, mas muita malandragem do time verde e branco. Primeiro, uma voadora de Baca sem punição pelo árbitro. Em alguns minutos Baca chutaria as pernas de Melo por trás, deslealmente, sendo retribuído pelos rápidos reflexos divinopolitanos com chutes de volta e dedo na cara. Agora o árbitro reagiria e expulsaria os dois. E os XXiitas jogaram na malícia, vez por outra na maldade, puxando camisa, dando tapinha, mas o árbitro nada. Cansados de apanhar, os Impróprios foram para cima. Mas em um contra-ataque de Raphael, com a saída suicida de Piva, quem se deu mal foi Djanis, que teve que pular nosso guarda-redes, mas bateu na parede e no chão. Jogo parado para atendimento médico de emergência, com bursite pré-diagnosticada no cotovelo de Piva. Duba também sairia, após choque violento com Xandão. Thiaguinho, XXiita recém contratado, jogaria-se no chão simulando uma falta que não existiu. Falta sim foi a de Rodolfo, em carrinho que lhe rendeu um cartão amarelo.

Enquanto isso, a bola insistia em não entrar. Mauro recebeu livre lançamento do goleiro, emendou e a bola riscou a trave. Pilha chutou forte e o goleiro rebateu. Tempo técnico e o IPM foi para goleiro linha. Valeu, porque atacamos muito e não cedemos contra-ataque, mas a bola estava rancorosa, não entrava nem por reza brava.

O jogo terminou com a bela atuação do IPM, hoje terceiro lugar na chave, ainda candidato ao título. Agora os impróprios estão de repouso, para jogar contra o Maxixe na próxima rodada, atual vicelíder da Chave, atrás dos XXiitas. Abaixo os resultados dos jogos desse fim de semana:

E o IPM, junto do time do 22º CSAP, continua também na luta pelo título inédito de melhor defesa, tendo ambos os times tomado apenas 5 gols nas duas partidas que disputaram.

As expectativas dos leitores do BLOG DO IPM

Mais uma enquete chega ao fim no BLOG IMPRÓPRIO. Perguntados sobre a campanha de 2009-2, os leitores mostraram-se um pouco divididos, mas confiantes.

Nas competições do segundo semestre o IPM foi bronze (2006) ou foi eliminado nas quartas-de-final (em 2007 e 2008). 21% dos votantes acreditam que esse fim fatídico se repetirá no atual CSAPÃO CLAUSURA 2009.

Por outro lado, a prata sempre foi a melhor companheira dos jogadores do IPM. Para honrar o novo uniforme, prateado na cor e na estréia, com o terceiro vicecampeonato, 15% dos torcedores e atletas votam para perdermos a final.

O mais importante: a mudança de orientação já alcança a maioria absoluta dos corações. 64% dos votos foram computados para o ouro. "Agora vai", disse Luciana, a torcedora mais frequente nas quadras. Já os jogadores são mais cautelosos. "A competição apenas começou, o primeiro jogo foi bom e outros desafios estão por vir", foram as palavras de Duba. "Mas a meta agora é responder à altura a nova campanha", disse Michel, em entrevista após o treino de sexta-feira no Joseph Ratzinger Arena.

79% dos votantes nos querem ver na final. E, na saída, para a felicidade da maioria, cobertos de ouro.

IPM versus XXiitas - The rematch

Domingo, 11h, vai rolar a bola. A Rivalidade, construída ao longo dos dois últimos semestres, tomará seu assento, nas arquibancadas tropicais, para acompanhar o sempre disputado jogo de futsal entre o 18º e o 22º CSAP.

No primeiro confronto, pelas quartas-de-final, em 2008-2, os XXiitas eliminaram nossos guerreiros por indigestíveis quatro a zero. Naquela edição nossos adversários foram bronze e nós prometemos dar o sangue pela revanche.

Já em 2009-1, na busca incansável pela prata, o IPM atropelou os XXiitas na semifinal. Com a campanha do futebol-força, como disseram os mourinhos, superamos o 1 a 1 no tempo normal e emplacamos 3 a 1 na prorrogação.

Para esse semestre, com o impróprio desfalque sentido pela ausência do goleiro Michel, os XXiitas esperam um jogo mais leve. Ledo engano. Se os deuses mouros estão daquele lado, os LOBOs PRATEADOs estarão de todos os lados:

"Reza a lenda que um mourinho andava sedento pelo deserto do Oriente. Lançara seus olhos aos céus e rezara. Forças ocultas fizeram surgir um oásis.

E lá foi o pequeno mourinho, de nome David, em busca de água.

Porém, ao aproximar-se daquela fonte límpida, foi surpreendido por um lobo faminto.

O garotinho, orgulhoso do poder de sua fé, lançou os olhos aos céus e pediu a Alá, soberbamente, que desse ao lobo um coração religioso.

Um feixe de luz desceu das nuvens e iluminou o lobo, que se ajoelhou, benzeu-se e disse:
_ Alá! Alá! Agradeço-vos por mais essa refeição!"

IPM vence a primeira partida

O jogo contra o João 23 prometia surpresas. A notícia da transferência de Ramsés para o Galáticos, histórico arquirival dos nossos impróprios heróis, veio acompanhada também pela triste informação sobre o ferimento em quadra do goleiro Michel. Resta esperar a confirmação médica sobre o tempo de recuperação deste estimado guarda-redes.

Mas nem só de tristeza vivem nossos companheiros. A contratação de Fred, negociada durante dias com sua empresária Clarissa, trouxe alegria. Prometia uma éstréia fantástica. Mas foi adiada... O danado resolveu viajar e procrastinar seu brilhantismo para a próxima partida, dia 20 de setembro, contra os Xxiitas, que ainda amargam a derrota, na semifinal do semestre passado, para nosotros, os lobos prateados.

Voltamos às origens, treinamos com nossa matilha (vide foto tirada nas férias em Ponte Nova), pintamos-nos para a guerra. E que felicidade foi o primeiro jogo deste CSAPÃO: vitória do IPM, por um placar elástico de 15 a 2, que gera controvérsia, pois houve quem contabilizasse 16 gols a favor de nossa equipe.

Destaque para a atuação de Piva, o Docinho, que fechou o gol, defendeu como um sagaz guerreiro, louco quando preciso e veloz como uma flecha. Honrou a camisa dourada e alcançou, com apenas dois gols sofridos, a melhor defesa da primeira rodada. Mas calma, que vem pedreira por aí...

Os demais jogos da Chave A ficaram assim:

Maxixe 8 x 7 Atecubanos XI

Xxiitas 8 x 4 Abutres

Continuarão os treinos, porque não nos cabe favoritismo. O histórico é negativo e traz lembranças que exigem esforços: nas campanhas de 2007-2 e 2008-2, mesmo após a conquista da prata no semestre anterior, o IPM sofreu baixas e acabou eliminado nas quartas. Sai pra lá, Zica! Vamos treinar, treinar, treinar. Para jogar com raça, alegria, astúcia e coragem. O bando prateado está com sede de vitórias!