domingo, 17 de outubro de 2010

Jogo difícil é o mais gostoso de ganhar: IPM 5 x 2 Abutres

Uma partida complicada era esperada pelos impróprios. O desfalque era certo nesse domingo, só não se sabia o alcance. Felipe Melo, iluminado e sedento por gols, ávido por oferecê-los a sua vizinha e enfermeira particular, fora convocado para um casamento nas longínquas terras divinometropolitanas. Daniel Fernandes, Djanis, já avisara antes mesmo do Clausura 2010 começar que não perderia o show do Green Day por nada nesse mundo e além, estaria fora. Para desespero geral da imprópria nação, Pilha torcera o tornozelo na peladinha de quinta-feira, sozinho, de bobeira. E o horário de verão quase desfalca ainda mais a turma, porque o Piva atrasou seu relógio uma hora no sábado, em vez de adiantá-lo.

Apreensão, dúvidas se teríamos time para jogar contra o Abutres - equipe contra a qual ganhamos nossa primeira prata, em 2007-1. Logo cedo, um alívio: Pilha estava lá, não inteiro, mas estava. E antes do jogo, a grande tacada, de mestre, a convocação dele, nosso especialista em jogada aéreas, Tulio Maravilha, prata da casa, formado na base do IPM. Brilha muito no IPM.

O jogo começou com Mauro, Duba, Toninho e Rodolfo, mais Michel no gol. No banco, Pilha, Piva e Tulio, pois Peçanha só chegaria no fim do primeiro tempo, outro que acha complicado o tal de horário de verão...

Jogo truncado, de muita trombada, mas com o IPM atacando mais e melhor. Lançamento no peito de Duba e carimbada na trave. Em outros ataques, era o goleirão abutre que defendia, quase sempre batendo roupa. Por outro lado, as tentativas dos adversários de usar o goleiro linha criavam jogadas perigosas, mas sem eficácia. As do IPM resultavam em pressão adversária e bola pro mato. Em uma delas, bola recuada para Michel, que toca para o lado, a bola gira na defesa até chegar em Toninho, que devolve para o goleiro. Falta técnica e gol dos abutres. E aí, desespero? Sim, bastante. Hora de chamar o herói da partida, Túlio, que ainda não havia estreado as redes do CSAPÃO. Ah, o dia de fazê-lo chegou! Se chegou! Chuveirinho, Tulio mata no peito, corta para a direita e gol, no ângulo! Fantástico! Na comemoração, já pediu para ser substituído, emoção demais, sabem como é... E fim do primeiro tempo.

No segundo tempo, muita bagunça, na defesa, com o xerife Rodofera limpando a praça e, quando não, com saltos elásticos e puro reflexo do goleiro prateado. No ataque, aquele cai num cai, aquele vuco-vuco e a bola sobra para Toninho limpar e bater de cobertura (mágico, como Alex em 2003). Golaço, com direito a aviãozinho para a torcida dos veteranos, que provocava nossos atletas. No segundo tempo também houve muitas agressões e cara feia de lado a lado, um amarelo para eles e dois para nós. Um deles, no pênalti de Mauro em Gladimir. Será que o goleiro pegava, ele (eu) que já defendera um penâlti no CSAPÃO? Não dessa vez. Gol do Rei, no canto. Mas a partir daí, corpo fechado e nada mais passaria.

Já no ataque, quanto brilho, quanta esperança, ao ver o IPM jogar como antes: pura raça. Apanhando, caindo, ainda assim tocávamos e Rodofera fez o seu, de carrinho. 3 a 2 para a gente. Pedimos tempo, cautela, mas a gente não conseguiu jogar assim muito tempo... E fomos para frente. Bola para Mauro, que chutou forte, pegou o rebote, driblou o goleiro e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade... Gol! A comemoração do nobre professor, criador do Elbow Drop no salão, era puro entusiasmo. Tanto que contagiou Peçanha, que levou o cartão amarelo, de tanto gritar "Chupa! Chupa!" para os adversários... E quase que Michel fez o seu: o goleiro deles recebeu a bola, chutou fraco e o nosso guarda-redes pegou firme e depois acertou o pé... Mas o danado voltou correndo e tirou a bola com as mãos, em um salto triplo, que eu juro que foi fora da área e o juiz jura que foi dentro.

Ainda cabia mais um, para liquidar a fatura: Toninho Nightlover, que já tinha feito o seu, que já tinha entregado a paçoca no primeiro gol, recuando a bola inadvertidamente, ampliou o placar. Como? Não, não foi com o vôleiotrol que ele inventou. Foi com um belíssimo gol de calcanhar, rasteirinho, no cantinho, na medida.

Duas vitórias em três jogos e mais desafios para o próximo fim de semana. O IPM joga sábado, contra os Blacks and Jacks, domingo contra os XXaVecos. Haja coração! E pulmões! E como deu certo hoje, fica mantida a camisa azul e preta, para a zica sair da camisa prateada... Não que sejamos supersticiosos, mas...

Obs.: Contribuíram Toninho Nightlover e Pilha Tornozelo-de-porcelana.

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