É, meus amigos, que gosto amargo tem essa resenha... Ela que poderia ser tão doce, tão satisfatória. Mais uma
vez imperou o tabu. A matilha prateada fez excelente campanha, quase impecável,
não fosse o jogo da primeira fase contra o time do XX e o fatídico segundo
tempo da final.
Na finalíssima do CSAPÃO Apertura
2012 o IPM chegou inteiro, jogando bonito até a final, constantemente no
ataque, fazendo sempre muitos e belos gols, enquanto não desapontava na defesa.
Nenhum jogador ficou para trás, expulso ou lesionado. Todos estavam prontos,
todos confiantes para a decisiva partida. E assim sabendo-se, dominaram os
primeiros vinte minutos do jogo final. O 171 bem que tentou, mas seus ataques
eram parados pela sólida equipe prateada. E com contra-ataques rápidos o IPM
buscava a meta adversária. O primeiro gol saiu assim, bola lançada direto de
Michel para Lucas, que girou tirando o marcador e soltou um belo chute, abrindo
o placar. O segundo gol veio com uma bela tabela entre os jogadores de camisa
cinza, com Pilha tocando para Djanis, que passou pelo seu marcador e tocou por
baixo de - improvisado como goleiro pela ausência dos arqueiros de profissão - Túlio.
Algum tempo depois, escanteio para o IPM e Lucas na cobrança, achando Djanis livre
na marca do pênalti. Três a zero em um tempo indiscutivelmente dominado pela
matilha prateada, que avançou e defendeu sempre embalada pela torcida!
Mas o segundo tempo foi
desastroso. Túlio fez milagres na meta, defendendo chutes fortes de Gui, bolas viradas
por Lucas, pombos de Djanis e tudo o mais. Já no ataque, recebia bolas
açucaradas, que confundiam a imprópria defesa. Em um desses lances, recebeu a
bola no meio e chutou prensado por Fred, a bola foi desviada em direção ao
ângulo e Michel nem viu entrar.
Pouco tempo depois, lateral do
IPM, bola tocada de Pilha para Michel, que foi pressionado por Chuck. Ao
procurar um jogador livre para receber, o goleiro não viu ninguém, exceto
Djanis e tentou alcançá-lo em profundidade. Bem posicionado, Nandinho
adiantou-se, recuperou a bola e tocou para o gol vazio. Tempo pedido pelo IPM,
para refrescar a cabeça e colocá-la no lugar. Funcionou bem: na volta, o 171 no
ataque buscando o gol, perdeu a bola na linha de fundo. Bola de Michel para
Djanis, deste para Pilha, que volta para Djanis, que se livra da marcação e
lança Lucas, sozinho, na área, para mais um gol do impróprio artilheiro. Placar
em 4 a 2, mas por muito pouco tempo. Na saída de bola, Nandinho tabela com
Chuck, aparece livre na área e recebe para marcar o terceiro gol do 171. E não
demoraria para, confusa na marcação do goleiro-linha, a zaga deixar a bola
chegar a Chuck, livre de marcação, converter o gol do empate. Mais alguns
minutos, o 171 todo no ataque, inclusive o goleiro-linha, forte marcação em
toda a equipe adversária e o imponderável reaparece. Nandinho acha um espaço
milimetricamente suficiente e dispara um tiro no ângulo de Michel, que apenas
assiste. A virada mais temida pelo IPM estava conquistada pelo 171, com dez
minutos do segundo tempo!
Nos outros dez minutos, muitos
ataques perdidos pela matilha prateada, enquanto o 171 pouco perigo levou à imprópria
meta. O apito anunciou o fim da partida e o IPM era mais uma vez vicecampeão.
Conquistava a quarta medalha de prata da sua história, a mais sofrida, a menos
desejada.
Um triste fim, em desarmonia com
uma bela história, que merece ser lembrada. Esse semestre marcou o retorno do
IPM ao grupo de favoritos do CSAPÃO, volta triunfal que o fez merecedor da taça.
Reforçada com grandes jogadores, a matilha venceu os historicamente grandes
Xoxota e XXiitas, bem como as equipes Deztemidos, João 23 e Piqueteam. O fez com o apoio dos talentos de Lucas, o melhor pivô do
campeonato, de Gui, um ogro como zagueiro, um ás na cobrança de faltas. E
contou com a astúcia, intensidade e entrega de Fred. Teve também a despojada e
confiante estreia de Filipe Recch, que promete gols para o próximo semestre.
Além destes, outros impróprios, do
XVIII CSAP, estiveram em quadra todo domingo, honrando suas medalhas de prata e
divertindo-se como bons amigos. Em todos os jogos, lá estive eu, o impróprio arqueiro
e capitão, Michel, com a absoluta confiança que esse semestre seríamos
campeões. Toninho Nightlover, o menino índio,
desfilava seu preparo físico conquistado nos treinos de rúgbi, após repor o potássio
comendo suas dúzias de bananas. O mesmo o fazia Djanis, o Drogba da Fundação, cujo elevado preparo
físico, por sua vez, vinha dos treinos para o futebol americano. Duba estava
lá, quase sempre após casamentos e batismos familiares, para cobrar do time a
tranquilidade em quadra, a valorização da posse de bola, o controle. Por outro
lado, ávido pelo gol, sempre exaltado, sempre enérgico, o IPM contava com
Pilha, uma barreira praticamente intransponível na defesa, com chutes fortes no
ataque. Ainda que pouco presente esse semestre, não faltou o belo futebol de
Rodolfo, que passou o rodo na turma e sapecou o bico na bola, como usual. Melo foi outro que demonstrou qualidade no trato com a bola, destreza
nos dribles de corpo e brilhantismo, especialmente nas luzes. Um belíssimo campeonato
foi feito por Mauro, com gols nas partidas decisivas, com marcação eficaz e
muita disposição para alcançar o feito de mais velho campeão do CSAPÃO. Infelizmente não foi dessa vez, mas quem sabe
no próximo semestre?
Afinal, além da chance de empatar
com Luís Rauen no número de pratas, o IPM pode conquistar a medalha de ouro
pela primeira vez. Tabu, no fundo, existe é para ser quebrado!
Relembre as partidas do IPM no CSAPÃO Apertura 2012:
Até o CSAPÃO Clausura 2012 e aguardem
novidades!